Com o sucesso obtido
            na proteção e recuperação parcial da praia Mansa
            e parte sul da Praia Brava, podemos concluir:  
         
        
            1. O
            gabião demonstrou ser um poderoso instrumento tanto
            na proteção como na recuperação de praias. Na
            proteção, provou ser um excelente dissipador de
            energía de ondas de até 3,0 metros de altura. Na
            recuperação, os pequenos espigões permeáveis,
            dissipam a energía lateral e permitem a passagem da
            água, reduzindo sua velocidade e auxiliando na
            deposição da areia.  
         
        
            2. Obras
            executadas na parte norte da praia Brava, assim como
            na praia de Matinhos, um pouco ao norte, sem os
            necessários cuidados, tanto no projeto como
            principalmente na execução, foram destruidas pelo
            mar em pouco tempo, provando que tais obras não
            podem ser feitas de forma amadora.  
         
        
            3. As
            tentativas feitas no Paraná (três ao todo) de
            engordamento artificial de praia, tanto com dragagem
            de jazidas marítimas como de terrestres, resultaram
            em fracasso, provando que esta solução não deve
            ser tentada novamente.  
         
        
            4. As obras
            de proteção emergencial feitas com enrocamento
            além de fornecer uma proteção relativa (em pouco
            tempo as pedras vão se enterrando e perdem o poder
            de proteção), podem vir a ser mais prejudicias no
            ponto de vista da erosão, pois ajudam a acelerar o
            processo.  
         
        
            5. As
            águas pluviais devem ser canalizadas e descarregadas
            dentro do mar ou em pontos controlados, com obras de
            dissipação de energia. Este é um dos pontos mais
            importantes porém o menos observado.  
         
        
            6. As obras
            de proteção em gabião devem ficar em observação
            por um período mínimo de cinco anos, sofrendo
            intervenções em função do comportamento do mar.
            Os reparos, eventualmente necessários, devem ser
            feitos imediatamente após os danos causados pelo mar
            ou por atos de vandalismo, os mais comuns. 
            7. Esse tipo de obra tem
            grandes vantagens sobre as tradicionais, ou seja,
            engordamento artificial com bateria de grandes
            espigões, pois não há necessidade de campanhas de
            coletas de dados, inclusive análise de impactos
            ambientais, pois trabalha-se no
            micro ambiente (a zona da praia) reproduzindo as
            condições de dissipação da antiga praia,
            auxiliando o mar a repor o que ele tirou.
            Não há, portanto, alterações significativas nas
            praias subjacentes, além daquelas que existiriam
            normalmente se a antiga praia existisse. 
         
        
            8.
            Finalmente, voltamos a repetir, os gabiões ainda
            são a mais poderosa ferramenta para a proteção e
            recuperação de praias atacadas pela erosão
            marinha, desde que devidamente projetados,
            executados, acompanhados e conservados ( e os
            preconceitos afastados...). 
         
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