Vista Geral 1986 - Praias Mansa e Brava

PRAIA MANSA

Tendo aproximadamente 1000 metros de comprimento, está situada na parte norte da entrada da baía de Guaratuba, voltada para sul-sueste, sujeita portanto aos ventos do quadrante SE, os ventos de tempestade mais frequentes na região.
A amplitude máxima de maré é de 2,20m. e em dias de ressaca a praia chega a ser atingida por ondas de mais de 3,00m.

Em 1958 a praia Mansa contava com mais de 100m. de largura.

Com a intensificação das construções, à partir de 1960 e com a pavimentação das ruas, começaram a surgir os principais sinais de erosão, principalmente nas saídas de águas pluviais, no final das ruas que davam para a praia.
Sem que outras providências fossem tomadas a não ser a colocação de pedras, (que, embora melhorassem a proteção, aceleraram ainda mais a retirada de areia) a erosão intensificou-se com a ação combinada da erosão pluvial com a marinha.
A pluvial rebaixando o nível da praia permitindo que as ondas chegassem cada vez mais próximas das casas. Em 1968 a largura da praia tinha sido reduzida a menos de 60 metros.

Sem atendimento, o processo erosivo foi se agravando, chegando a causar a destruição de parte da casa que se vê na parte inferior da fotografia ao lado.

Em 1977 a situação tornou-se crítica, tendo o mar destruído parte da Avenida Atlântica (hoje Av. Agílio Leão de Macedo) que na época já havia sido interrompida. Agora o mar ameaçava as casas.
Nesse ano, o Governo do Estado, através da Emopar - Empresa de Obras Públicas do Paraná - contratou o LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil - de Portugal para elaboração do projeto de proteção e recuperação da praia Mansa.

Coletados dados como batimetria, consulta às pessoas que conheciam a região e levantamento sucinto das correntes, o LNEC apresentou projeto que previa quatro fases:

1. Construção de um perfil de enrocamento paralelo à praia, com a finalidade de proteção de emergência das casas da Av. Atlântica.

2. Construção de um molhe de enrocamento, perpendicular à praia, com 180m. de comprimento, com a finalidade de impedir a movimentação da areia da praia.

3. Enchimento artificial da praia (engordamento) com 700.000m³ de areia dragada de regiões marítimas próximas.

4. Implantação de projeto de drenagem de águas pluviais.

  Os serviços foram iniciados em dezembro de 1977 e em abril de 1978 estavam concluidas as fases 1 e 2.

  Foram utilizados 8.000m³ de pedras no molhe e 12.100m³ no enrocamento longitudinal, ao custo de US$ 650.000,00.

 A fase 3, ou seja, o engordamento artificial da praia, foi contratada nos fins de 1978 por US$ 1.400.000,00 e os serviços foram iniciados somente em abril de 1979 pois a empreiteira necessitou construir uma draga pela inexistência de equipamento adequado na época.

  A draga construida demonstrou ser também inadequada pois no segundo dia de trabalho efetivo houve uma pequena ressaca e a draga foi jogada na praia, tendo sido possível o retorno ao mar apenas quinze dias depois, o que confirmou a impraticabilidade de se adotar a solução dragagem de jazidas marinhas, pelas condições locais, principalmente a pouca profundidade.

  Foi analisada, imediatamente, a alternativa de utilização de jazidas terrestres, tendo sido descartada pela não existência de quantidade de areia com a granulometria requerida.

Foi sugerida, então, a utilização de gabiões. Devido ao pouco conhecimento que tinhamos na época sobre a utilização de gabiões em obras costeiras (principalmente o LNEC), visitei, a convite da empresa MACCAFERRI, obras de proteção costeira efetuadas na Inglaterra, em locais com condições semelhantes às de Caiobá. Convencido da eficácia dos gabiões pelas evidências, recebi da Maccaferri inglesa ante-projeto que levei ao LNEC onde foi aprovado.

Clique aquí para continuar